Be Brave...

Digo-te que mudaste e tu respondes que envelheceste... Eu explico-te que não é isso e dizes que só mudaste a tua maneira de estar... ... sim foi exactamente isso que mudaste... estás mas não és... és mas não estás... ... continuo a tentar encontrar-te no caminho... conseguir unir o ser ao estar... ... mas fica difícil se não ajudas... e digo a mim mesma que desta vez não vou desistir... ... mas valerá a pena?!.. ... olho para ti, mas não te vejo... ... oiço o que dizes, mas não te consigo escutar... ... caminhamos lado a lado, mas não te consigo encontrar... ... tenho saudades das nossas pequenas conversas... ... de ter e ser uma âncora... Será que mudamos assim tanto?.. Costumava olhar para ti com uma admiração como se fosses maior do que o mundo... mas agora és banal... E dizes que é só uma tempestade, mas e se a tempestade passa e não te conseguir (re)encontrar?.. E no final sinto-me só... ... mas é como dizes: be brave!

"vou levar-te o fim da solidão..."

Todos sentimos de quando em quando um pouco do travo amargo da solidão..! Ás vezes é apenas uma daquelas fases da redescoberta de nós mesmos ou por uma recente desilusão... O que é certo é que por muito bem que as coisas corram no dia-a-dia ela teima em lembrar-nos que existe, e que está à espera de um passo em falso para nos mostrar o seu sabor... E nesse instante as coisas que seriam banais noutro instante qualquer tomam outra dimensão, e sentimo-nos (ainda que injustamente) como apaga fogos... Incompreendidos e sós ainda que no meio da multidão, que a nossa importância se resume aos momentos em que precisam de nós... Talvez seja isso mesmo que representemos para alguns, mas existem os amigos, que realmente valem a pena e que nos lembram isso mesmo enquanto nos regatam das trevas da solidão. Mas como a espera prolonga a dor, lembrei-me desta musica: "Diz-me onde posso encontrar, para te poder ir buscar e levar o fim da solidão..." Encontra-me por favor, encontras?! É que hoje sinto-me tão só...