Sabem aquela sensação que fica depois de saberem que foram usados?.. aquele misto de revolta e magoa, ao saber que aquele ser que admiravam e com o qual se identificavam, é na realidade uma criatura fria, cruel e desumana que usou o vosso gostar deles a seu belo prazer... agora juntem a isso o desplante dessa criatura ainda ter a lata de vos chamar manipuladores (claro que não vos deu um exemplo de como tinham manipulado,~a amnésia momentania dá sempre muito jeito!...
... não sei se sou eu que entendo mal o significado, mas sempre vi a manipulação como o levar alguém a fazer algo que nos trará algum proveito... como nunca quiz, nem tive qualquer proveito da minha relação com a pessoa, a unica coisa que tinha (achava eu , até hoje!) era o carinho e o respeito, que era também ele mútuo, fiquei confusa... principlamente porque fui eu, em diversas alturas, que arrisquei a a pele, em prol da pessoa... portanto até acabei por achar a situação caricata e engraçada de tão caricata...
... mas dói, e dói sobretudo quando já não é a primeira vez que batemos com a cabeça, por causa dessa pessoa... e dói saber que nós é que somos estupidos, porque sabemos que a pessoa não nos merece... mas o gostar é traiçoeiro...
Mas se há pessoas que nos desiludem, também há pessoas que nos surpreendem pela positiva... pessoas essas que pelas quais não arriscavamos tanto, aliás, não arriscavamos nada... e mesmo assim se arriscam por nós...
e ai só digo mais uma vez... o gostar é traiçoeiro...
Mas enfim... está a acabar... em breve se iniciará uma nova etapa, num outro lugar...
...e que os erros que cometi aqui e aquilo que deixei que fizessem de mim, tantas vezes... sirvam de lição...
...para que não se repitam nesse outro lugar...
... e que a frieza que se começa cada vez mais a instalar em mim... se mantenha... para que o gostar não me atraiçoe tanto...
... mas que nunca deixe de sentir... o bom e o mau...
...porque isso me vai lembrando de quem eu sou...
... e eu tenho muito orgulho em mim!
terça-feira, 21 de julho de 2009
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1 comentário:
"o gostar é traiçoeiro..."
Talvez seja, mas se desistimos de gostar dos outros porque algures nos podem enganar, de que serve viver?
Recentemente um casal amigo separou-se numa historia em tudo identica à sua. Pelo menos na versão dela. Na dele, não. Mas que importa? É sempre a soma dos dois que conta.
Pois bem, ela interroga-se desde então quanto ao interesse do amor. Sobretudo quanto ao factor projectivo que nele existe. Sem solução, aliás. E anda de volta do problema como um perdigueiro em busca da presa, sem nunca lhe achar o rasto muito menos a solução.
É que amar não é problema a menos que o queiramos com caracter restrito, exclusivo, pessoal. Então passa a ser. E problema insoluvel porque, algures, ninguem tem mão no coração próprio ou alheio, e de repente tudo se transforma num conflito de interesses divergentes, numa dor.
A minha amiga sofre por se sentir traída quando na verdade não houve traição. O que houve foi a vida que se moveu em direcção distinta.
Claro que lho digo, mas de nada serve. É mais simples repetir o estribilho da traição do que assumir que estamos todos de passagem pela vida uns dos outros.
Não que não deva haver responsaveis, quando os há. Ou que devamos fechar os olhos à ofensa, se ela existe. Ou silenciar a culpa do infractor, muito menos pactuar com ele em nome de liberdades ou habitos sociais.
Mas sim entender de forma mais abrangente, ultrapassando os limites da nossa sensibilidade. Porque é esta sensibilidade que, no choque com os outros, no cansaço desmedido das tentativas falhadas, que um dia nos pode fazer recuar para demasiado fundo dentro de nós, a ponto de não sabermos como regressar. E isso seria uma perda pessoal e colectiva.
Abraço
JC
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