São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
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1 comentário:
Da vida alheia nada sinto que valha a pena
Da minha, quase o mesmo
Resta o mar com as suas velas no horizonte
Mais sonhadas que vistas
E a ideia de me deixar ir
Sem grandes estremecimentos
Como as crianças que adormecem embaladas
Ou os gatos que ao sol se enroscam para dormir
JC
12 Julho 2008
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