quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Fatalismo...

Ando apressada na rua, mas não tenho pressa em ir a lado nenhum...
Ando apenas, como que há procura de algo no vazio...

Sim, porque hoje dentro de mim está-se a apoderar vazio...

Não penso logicamente, nem o pretendo, penso apenas, como se os pensamento me surgissem e evaporassem no vazio...

Quero pegar no telemovel ,mandar-te uma mensagem, mas não o faço, não consigo dizer-te nada..!


Meto o telemovel em silêncio, apenas para não ficar a noite toda à espera de o ouvir tocar, no fundo sei que isso não acontecerá...

Atiro-o para longe de mim, não quero pensar nele..!

Geralmente não sou daquelas pessoas que têm pena de si próprias, mas hoje sinto pena de mim...

Sinto pena, sinto raiva..!

Mas no fundo sinto principalmente dor, tanta dor que nem sei de onde vem..!

Como se todas as dores que reneguei, que ignorei, ressurgissem hoje na sua máxima potência dentro de mim...

Estou gelada, mas não sei se é do frio da noite a embater na minha pele apenas protegida por um top de alças e uns jeans, ou se é do frio que existe dentro de mim..!

Mas agora que estou em casa, não me preocupo em cobrir-me, para quê? Tenho quase a certeza que é do frio que exala dentro de mim..!

Decido ler os montes de e-mail que tenho para ler, mas são tão sem sentido...
Num deles alguem me pergunta o que é feito de mim...
O que será feito de mim? Não sei, sinto-me tão perdida..!

Noutro alguem me pergunta se preciso de ajuda para pagar as explicações... Eu só precisava de ajuda para apagar a dor dentro de mim...

Mas não lhes digo isso, claro que não, ao primeiro respondo que está tudo bem, ando na vidinha monotona, dividindo o tempo entre a escola e o trabalho e que qualquer dia marco um café, não faço intensões de o marcar, mas assim parece que estou interessada e torna-se politicamente correcto...

Ao segundo respondo que me honra muito a oferta, mas felizmente está tudo a correr bem e pagar as explicações não se afigura um problema..!

Fico sem paciência e decido não ler, nem responder a mais nada...

Anseio por chegar ao telemovel, até estico o braço para o agarrar, mas o movimento perde-se pelo caminho, não quero ver, sei que não recebi nada e não o quero confirmar, far-me-á sentir ainda pior...

Decido continuar a escrever, embora sinta que provavelmente será para mim propria...

E sinto-me só, tão fatidicamente só...

E mais uma vez vem a pena de mim, porquê eu?!

Porque é que a felicidade só se me afigura como uma utopia?

Porque é que o amor por que tanto anseio, nunca chega?

Porque é que ninguem me abraça e me deixa ficar assim, perdida no calor desse abraço?

Porque é que me sinto assim, tão perdida, tão desamada, tão grande por fora e pequenina por dentro, tão desamparada...

E tento-me lembrar de algo que me possa fazer sentir melhor, mas nas palavras dos outros s´encontro ainda mais dor...

Dizem que terei um futuro brilhante, mas de que serve esse futuro se o presente e o passado se resumem a dor..?!

Não resisto mais pego no telemovel e tal como eu esperava... Nada!

O abismo cresce dentro de mim...

Consideram-me forte, mas na realidade sou composta por milhares de fragmentos de medos e fragilidades, apenas escondo bem as minhas emoções...

Desisto não escrevo mais...

Vou dar uma volta e depois volto finjo k durmo e amanhã minto a mim propria dizendo que esta tudo bem..!


Lá fora não chove, mas a chuva mais gelada é a que acontece dentro de nós..!!!