sábado, 13 de abril de 2019

A última vez...

É a última vez que te escrevo... ... A última vez que permito que doa... Avanças e recuas, vezes e vezes... ... Mas desta vez, é a última em que te vou tentar puxar... ... Por isso deixei-me sentir... ... Hoje permito que doa... ... Amanhã ponho o meu melhor sorriso e a vida segue... ... Não quero dizer que vou fingir que não existes, que não te vou falar... ... Ou o quer que seja que possas pensar... ... Só estou a dizer que vou deixar de permitir que me faças sentir, mais do que o momentâneo, mais do que o essencial... Como faço com outras pessoas da minha vida... Podes estar e ser, mas sem a capacidade de me prender... Sem a capacidade de me deixares a pensar... E eu já tentei tantas e tantas vezes... ... Já quis sem querer... Já tentei não querer... Eu que me preocupo porque sou tola... ... Tu que dás quando queres... ... Não me sei dar às metades... Não me sei ligar e desligar vezes sem conta... ... E eu gosto de pessoas que são minhas... É injusto eu sei, mas não gosto de pessoas que são de todos... Sem chegarem a ser de alguém... ... Eu gosto de pessoas que são alma e coração, que são afeto e carinho... Mas também são chão... Que sabem ser o porto seguro e só agitam para te ajudar a navegar... ... Eu sou coração... Sou alma na pele... ... Continua a haver algo em ti que me puxa... E tantas vezes digo que é a última... ... Já não vou continuar a caminhar no teu sentido... E de cada vez que mudo a direcção... Tu avanças para me puxar... ... Conheces me sem conhecer... ... Porque nalgumas coisas somos iguais... ... Mas eu não sou tu, tu não és eu... ... Não há nada em mim que te faça ligar... ... Não há nada em ti que me faça ficar... ... Mas eu fui ficando um pouco mais... Fui forçando um pouco mais... ... Mas hoje não... ... Aproveito a distancia... ... Para me permitir a sentir... ... Porque hoje é o dia em que deixo partir... ... Em que deixo de querer... ... Hoje é a última vez que te escrevo, com carinho e vulnerabilidade no coração... ... Amanhã vou acordar... Sorrir e acenar... ... Vou estar sem ser... Ser sem estar... ... Até me reencontrar...

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