domingo, 18 de novembro de 2007

O poder do olhar

Olho-me ao espelho à procura daquele olhar triste que os outros projectam em mim e no qual não me consigo encontrar... e às tantas por meio de lagrimas e solidões lembro-me das palavras que tantas vezes oiço em conversas profundas ou profundamente banais : o poder do olhar. Mas que poder de olhar é esse?Será aquele que passamos a vida na ansia de encontrar, aquele olhar que nos transmite protecção e doçura, que acabara defnitivamente com a solidão que se abate sobre mim, que é como uma corda que tem o poder de me resgatar do abismo, das trevas e da tristeza em que mergulhei, aquele olhar que é tão simples mas simultaneamente tão belo, que tem o poder de iluminar até as mais profundas trevas que há muito invadiram o meu coração! Aquele olhar que me ensina o que é o amor...Ou será aquele olhar com que encaro a vida, tantas vezes triste e injusta, cheia de mágoas e desilusões... e, outras (em numero menor mas em qualidade maior) tão e cheia de sonhos! Aquele olhar com que procuro os meus sonhos, lusões e, finalmente me apercebo que não concretize nem um terço daquilo que sonhei, na maiora das vezes nem sequer tentei com medo de não ser capaz de os consegur atingir, aquele olhar com que desisto de ser feliz porque antes da felicidade vem sempre uma grande e amarga dor e , então conformo-me a uma estupida indiferença para não sentir...Aquele olhar com que me fecho sobre mim própria com medo de deixar os outros se aproximarem, onde uso o meu melhor repelente na tentatva de repelir qualquer alma cheia de carinho que goste ou se preocupe comigo, pois senão o fizer apego-me e fico vulneravel às hipoteticas magoas que me possam provocar...Aquele olhar que se transforma à medida que rio e choro... aquele olhar tão meu, que tem o poder de mergulhar quem ousa enfrentá-lo na mais profunda tristeza, aquele olhar vazio de alegrias mas cheio de mágoas e solidão...Aquele olhar que tem o poder de vasculhar a minha alma de tal maneira que quando quero dizer que pare, pareço sofucar nas minhas próprias palavras...Aquele olhar tão terno que me envolve e prende na sua tamanha ternura, que me faz querer nunca mais sair dessa ternura tão protectora...Há tantas formas de olhar , cada uma com o seu poder, olhares capazes de transformar o mundo ou apenas de arrepiar o coração... olhares tão cheios ou tão vazios e, no entanto, existem tantos outros, como o meu que ainda não encontraram o seu poder... que se escondem, que não têm brilho... Contudo têm anda um outro poder, o poder de reflectir o que lhes vai na alma...

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